Trabalhando com o S.

Hoje, vinculada a uma instituição, passei a ter algumas experiências de trabalho. Agora, como profissional de psicologia, antes a grande parte do exercício desta profissão era (re)conhecida por mim apenas através de artigos científicos ou livros, um caso aqui ou acolá, atendidos pessoalmente ou apenas ouvidos em orientação clínica na faculdade.
Então, adentrando aos poucos como "aquele que ouve" no mundo (ir)real do sujeito, através da dor daquele que fala, emudecido ou não.
Daquele sujeito que perdeu ou ganhou demais.
Daquele que foi aceito, rejeitado ou abandonado.
A tal repetição que causa, agora ouvida por um "suposto saber". (eu)

Para quem não tinha muitos planos, (re)começar em uma capital, onde a demanda é extarrecedora e extremamente pluralística (sei lá se existe esta palavra, se não existe agora aqui está), o que se ouvia dos livros parafraseado por professores doutores ou sei lá que título carregasse ,eles sabiam de alguma coisa, a gente queria qualquer coisa nem que fosse inventada.
Agora, não mais sustenta-se nada como algo apenas sabido nas (entre)linhas mas como algo TAMBÉM acolhido através do ouvir, com uma escuta ignorante daquilo que se apresenta de forma nua e crua,  representada pelos significantes da palavra. Dita ou não. Pois quando falamos de SUJEITO, a ausência de palavras também pode falar.
Falar o que?
Do que falo neste emaranhado?
Falo do sujeito. Tão sublime que parece até deus, pois está sim, para além do corpo, para além da cultura e do esperado. Em algum lugar sempre está, vestido de homem ou de mulher.
A partir disso, construo alguma coisa que devo carregar para o resto da vida. Algo que chamam de EXPERIÊNCIA.
Quando falamos da experiência em psicanálise, é complicado arriscar dizer.
Ainda mais quando não nos autorizamos a ocupar este lugar. O lugar do psicanalista.
Mas estou arriscando aos poucos, pois estar aqui onde estou foi um risco calculado.
Vir morar em Curitiba foi um risco escolhido. Porque ficar lá no interior também seria.
Para se trabalhar assim com a singularidade do sujeito, é preciso se (re)conhecer como outro sujeito assujeitado. Assujeitado a que? a tudo isso que falo até aqui.
Riscos, sentidos, sentimentos, verdades e mentiras, enfim, AOS ACASOS, AOS ACONTECIMENTOS ACIDENTAIS. Alguns irão ler e entender, outros não. Para mim o que importa é passar alguma coisa a alguém.
Porque eu também falo daquilo que não é dito.

Estou apenas ali, ajudando a distinguir entre o desejo e a necessidade DO SUJEITO, entre o imaginário e os fatos reais. Assim, sorrateiramente.
Agora preciso retornar ao DIVÃ, de onde me levantei a um mês e alguns dias.
Porque não se sustenta em psicanálise uma prática, que leva em consideração o sujeito do inconsciente, se não levar em consideração o seu próprio INCONSCIENTE.





Comentários

  1. Parabéns por suas novas conquistas e por sua coragem de arriscar-se...
    afinal só o fato de estarmos vivos, já é um risco!

    Boa sorte!
    Beijão!

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  2. Olá, Tissia!
    Acabo de visitar o blog e já o estou seguindo.
    Espero vc no meu blog, combinado?
    Paz e bem!
    Lu (http://tende-animo.blogspot.com/)

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  3. À minha alma gêmea mundana,

    Você é um deleite à alma.
    te sinto tão perto que penso tocá-la mesmo inconsciente.
    E como bom Lacanianos que somos, sabemos da força do SER perante o ESTAR.
    Então ESTOU e SOU um louco apaixonado... E por isso sua visão me turva, fascina e me faz qurer mais.
    Estava com saudade de vir aqui.
    Do seu ETERNO, apesar de ausente, fã
    Paulo

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