A Aterrissagem.

Eu aterrissei pela primeira vez em um território chamado realidade no ano de 2012, na altura, a “facurdade” de psicologia, pós-graduação, cursos extracurriculares e todo o conhecimento adquirido em nada preveniram!

Desempregada, sim! Mas eu tinha alguns horários sublocados em um consultório particular de uma amiga, que me ajudou muito, minha querida (hoje Dra. Miriane) amiga e colega de profissão, nos conhecemos em um ambulatório de saúde mental o qual até então era meu empregador, mas ao mesmo tempo em que pagava-me em dinheiro sugava-me a alma empunhando atendimentos de 40 horas semanais, sem direito a respirar. Mas foi ali que conheci muitas pessoas as quais mantive uma relação de amor, até hoje.

O início de qualquer profissão é difícil, e para tal é necessário ter uma forma de se manter, ainda mais se optar pela clínica, e se for no Brasil, acredite! Mesmo entre bons e maus profissionais o mercado está saturado, em grandes centros está prostituído! E as pessoas destituem a profissão ao dizer se tratar de uma “simples conversa”, ou então dizem preferir “comprar um sapato novo” do que ir a sessão com psicóloga. E se for para área da clínica infantil provavelmente irá tratar de todos pelo preço de um.

GENTE! NÃO DÁ!

Não se compra felicidade assim, vocês não aprendem?

Não se compra a felicidade com sapatos, vestidos e corpos sem estria/celulite.

Busca-se qualidade de vida, veste-se bem e come saúde! Faz-se exercícios para manter a saúde física e mental, o resto pode ser uma consequência! Passou disso PODERÁ se tornar uma doença.

UFA!

Então, na época passei fome, tive que comer comida estragada para me manter, pois eu sai do emprego aversivo e não tinha dinheiro, mas ainda tinha coragem para bancar sonhos e ideais (inatingíveis)! Lutava por um sonho chamado “mestrado”, lutava pelos pobres que não tinham dinheiro para pagar uma sessão inteira, pela mãe viúva com seu filho fóbico, pela mãe solteira que atravessava a cidade para ir levar os filhos na sessão, pelo avô que levava seu neto órfão, pela mãe que sofria abuso, pela criança abusada fisicamente e psicológicamente.

 EU LUTEI POR AMOR!

Mas não se vive só de amor, diz o ditado e é verdadeiro.

Nesse mundo capitalista de M... Precisamos de dinheiro, porque sem ele não pagamos o aluguel, a gasolina, a comida, roupa, calçado e depois que me tornei mãe ficou ainda mais insustentável manter, inclusive os ideais;

Ter o básico em uma sociedade onde a renda é mal distribuída se tornou conto de fadas (eu acordei a tempo),  viver levemente onde pode-se ser assaltado a cada esquina tornou-se UTOPIA.

A VIDA NO BRASIL JÁ NÃO É MAIS SOMENTE PARA OS FORTES;

RETIREI-ME DO MEU PAÍS;

DESCOBRI QUE MUITOS IDEAIS NUNCA SERÃO REAIS;

NOSSOS PAIS TEM A VIDA DELES E NÓS A NOSSA, DEIXEM-OS VIVER E RESPIRAR COM O POUCO QUE CONSEGUIRAM, PARE DE SUGÁ-LOS;

PRECISAMOS DE PAZ PARA VIVER;

Então eu decidi embarcar em outro avião com conexão a uma primeira paragem: PORTUGAL.❤



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