PERMISSÃO.

É no infinito das coisas que eu me vejo.

Ser feliz com aquilo que a vida me proporciona, nem que seja um segundo de risos com um (des)conhecido. Porque afinal, conhecer-se é muito mais difícil que conhecer o outro que nos faz SER (ou não faz nada).

Ser feliz com o que se é e com o que se tem, concluí que é:

Ser negro e adorar tomar banho de sol no auge do verão.

Ser bissexual e resplandecer ao apaixonar-se pelo detalhe que ninguém vê em uma pessoa, só você. Detalhe que é para além de um orgão genital, para além de um batom na boca, para além do cavanhaque.

É também rir de si mesmo quando bate a tristeza e saber lidar com a culpa sem culpar os outros.

É sentar na frente do computador ao meio dia quando todo mundo almoça e se preocupam com tantas coisas, usando este tempo para deixar escorrer de si um pedaço de alguma coisa lá de dentro, deleitando-a através das teclas em um espaço branco de um monitor, com a tentativa de decifrar a angústia, com a tentativa de elaborar aquilo que está lá dentro, pulsando, vivendo e morrendo dentro de você.

Ser feliz com o que se é e o que se tem é também:

Apaixonar-se por um ser humano e sonhar com outro.

Sentir saudades daquilo que você nunca teve podendo falar disso.

Por fim, não se preocupar em ser mal comprendida, julgada ou (mal) falada, afinal para falar não se paga é de graça. (A não ser no divã, rs...) Deixa estar, deixa falar, deixa, deixa! Porque para aqueles que não se ocupam de si mesmo é fácil ocupar-se da vida dos outros.

É saber que tudo um dia irá acabar pra você, então, é necessário escrever muito, para que a sua história seja no mínimo interessante para seus netos.

É poder SER. Porque muitos por aí não se permitem NADA, não deixam sorrisos e nem lágrimas, não escrevem, não sentem, não estão, não vivem. E odeiam aqueles que se entregam para a vida, para o amor, para a perda, para a dor, para....

EU SOU, É O QUE BASTA PARA MIM, QUERO SENTIR O QUE É MEU.

(Ouvindo Pearl Jam - Love Reign O'er ME)