CAPITAINE.

É.
Lia já estava cansada de amores (im)perfeitos, palavras doces com enunciados românticos e a tal frase "felizes para sempre" que hoje ela sabe que é da ordem do IMPOSSÍVEL.
Ela queria algo fora de sua lógica (até então era a lógica), ela queria uma noite de prazer, de perfumes e devaneios.
A vida atendeu ao seu desejo.
Um belo dia, um grande amigo lhe apresentara "o capitaine". Quando ela olhou dentro daqueles olhos negros e profundos JÁ sabia, que ele também a desejava. Tudo começou aos poucos, conversa de amigos, uma amizade simplesmente colorida.
Lia deu a primeira "tacada", como em um jogo de sinuca, a bola branca bateu em todas as outras bolas da mesa,  MAS uma foi direto à "caçapa".  FELICIDADE.


"Me passer les menottes..."
Disse ela;



Era um encontro de desejos e de pura libido!
Coisa que a anos ela não SENTIA mais, coisa que a anos o seu desejo não demandava mais.
Ela queria ele e ele queria ela.
Os olhos dele a devoravam antes mesmo de saírem do automóvel. E ela fazia de conta que estava sendo sequestrada por um tirano malvado!!!
AH! ela queria aquilo tudo...
Ela queria sim!!! Ser tudo o que ele quisesse que ela fosse em uma só noite, queria que seu corpo fosse apenas o OBJETO de prazer DELE e o prazer dele, o prazer dela dela.
As mãos dele percorriam todas as curvas existentes no corpo de Lia, a boca dele sugava todo o suor do corpo dela, magro e perfeito.
ELA olhava pelos espelhos das paredes do quarto o rosto daquele Homem se satisfazendo com seu corpo, e então, sentiu seu primeiro orgasmo da noite, dentre tantos outros que depois ela teve...
Nos braços de LA CAPITAINE ela obteve uma noite de puro prazer, várias vezes os corpos dos dois se contorciam e viravam ao avesso, em busca do ÚNICO.
Ele dizia em seu ouvido: "ta appréciant le capitaine?... ta appréciant?"
Muitas coisas mais ele murmurou baixinho em seu ouvido!!!

QUE NOITE FOI AQUELA LIA?!?
DIEU!!!


[...]





Ela foi para casa satisfeita;
Ele sorria e contava suas histórias de CAPITAINE.
O recomeço de algo novo, era assim que ela via tudo, algo novo? mas que novo? 
Não, ela não falava de gênero e cor, ela falava de HISTÓRIA.
Pois então, era aquilo que a muito tempo ela estava tentando dizer.
A passagem do novo, de novas possibilidades, de novos amores, de uma nova forma de ser e viver depois de tudo.   Lia era o tipo de mulher madura, muito mais sensual, fálica e perspicaz do que LINDA. Sim, diziam que ela era linda em seu estereótipo, mas Lia não se prendia a isso, ela queria é ser sempre aquela... que em apenas uma noite, marcava a vida de alguém para sempre. SÓ ISSO.
"Principes encantados?"
NÃO, ela não pensava mais nisso, pois ficou tanto tempo nesta fantasia que sua vida tinha esfolado-se por completo (até então).
Ela queria é sugar um pouco do colorido das coisas, deitar em uma rede sem se preocupar com a vida.
E para recomeçar...RECOMEÇOU ENTÃO.

 TUDO ESTÁ CONSUMIDO.



[...]





Comentários

  1. Recomeçar parece muito mais interessante do que o "feliz para sempre".

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  2. É Ana, nós sabemos, e Lia aprendeu! rsrs...

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  3. A fantasia, nesta situação, tomou uma nova direção e uma nova forma, não foi?

    Super abraço.

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  4. Foi necessário para Lia este momento. A partir de sua fantasia, ir "ao ato", permitir a si mesma ouvir a voz do seu desejo. Depois desta noite com o "capitaine" perceber que seria possível fazer diferente, ser diferente e virar as costas para o seu passado, sim, uma nova direção, claro!
    Que Também só aconteceu por conta de uma mudança de posição diante da vida.
    Acho que é por aí, pensei neste texto ao ler um texto de psicanálise, acho que em uma análise as pessoas precisam às vezes fazer escolhas pra conseguir "mudar", que escolhas? ah! realizar uma fantasia, fazer algo que nunca fez na vida, viajar para a Indonésia só com uma mochila nas costas, Saltar de Jump, escalar um prédio.
    Sei lá... penso eu né.

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