"Parece cocaína, mas é só tristeza"

"Os sonhos vêm, os sonhos vão, o resto é imperfeito."

O ser humano só encontra a perfeição nos seus próprios sonhos.
E mais perfeito ainda, é quando o ser humano sonha um sonho entusiasmente que com o tempo vem a desfalecer por algum motivo. Ele vai ter de começar tudo de novo.
Fingindo ser soldado a tarde inteira;
Fingindo que sabe de si mesmo;
Fingindo que nada FALTA, ainda mais quando se tem o tal do outro;
Finge que o OUTRO vai completar, quando na verdade, é apenas mais uma FALTA, mais um buraco oco.

Buracos e buracos ocos. Incompletude. Ignorância. Monólogo besta.
O que somos nós?
O nada?
O tudo?
A coisa?
A morte?
O vazio?
A merda?

Lembra-se da tenra infância? Brincando com a vida de forma pueril, brincando com as pessoas (pessoínhas). Brincando brincadeiras para depois brincar com a realidade. As frustrações eram toleráveis naquela época. Pensamentos de perda eram tamponados quando sua mãe passava a mão na sua cabeça e dizia: "tudo passa filho (a)" e você acreditava. Na verdade o que não passa é a FALTA. As situações passam, mas o que se sente, se repete.
Depois então, DIGO: BEM DEPOIS ENTÃO, DEPOIS DE MUITO TEMPO, com a maturidade adquirida através de vivências castradoras, você passa a sentir uma leve sensação, uma sensação de responsabilidade. Porque você aprende que alguma coisa será possível de um jeito ou de outro, ou não (kkk) e isso é tudo seu, a responsabilidade é sua, porque você está jogando com as suas cartas. O IMPOSSÍVEL está aí também.
Impossível é a idiota sensação de completude.
E a busca por essa completudo é inesgotável.
Por isso você para e pensa com os pés no chão: "Mas então sou um(a) otária(o)? que ta buscando incansavelmente pra que? pra viver melhor? mas pra que viver melhor? se logo serei um monte de pó que todos pisarão em cima, sem  sequer lembrarem de minhas histórias de soldado, histórias de luta e bravura." [...]


Poisé rapá...
Mas então, de volta á realidade, sacando que é mais ou menos assim mesmo, vamos continuar fingindo ser soldado,  para não viver tão amargamente com essa dura e cruel realidade, de que nada é tão bom assim e  que o "para sempre" é a bobagem doce da criação humana.
Lutando sempre contra o inimigo, se defendendo sempre pra continuar na luta pelo suposto nada.
Nos construímos como SUJEITO.
Constrímos nosso castelinho de areia.
Construímos nossa formação profissional.
Construímos nossa profissão.
E tavez até uma família.
E aí?
Faz o que?
Aí você vive a suposta "felicidade".
Com um pouco mais de tranquilidade, um pouco mais contente. Acima de tudo, faltante, errante e sabendo de tudo isso, sem dor.

Tendo que viver.







Comentários

  1. Viver pode ser bom em diversas perspectivas, menos quando não podemos exercer a felicidade do jeito que, em particular cada um imaginou. Estar vivo e respirando, significa que tudo pode acontecer, as possibilidades são infinitas...
    Te desejo coisas infinitivamente gostosas e leves.
    Beijooo

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  2. Há que se amar a falta para apreciar a nossa existência. Clarice Lispector disse que "viver não é lógico". E não é mesmo. A gente vive fungindo disso, distraindo-se com as coisas da realidade. É preciso.

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  3. Justamente; tendo que viver!
    Não basta apenas viver, tem que saber viver...
    É onde nos complicamos, pois saber viver para que nossa passagem não seja tão árdua é muito difícil!
    Todos tem seus fantasmas, traumas , dores imaginárias e um ego do tamanho do Maracanã... rs*
    Seguir sem limites pra sonhar mas com os pés no chão, com a certeza de que a vida é um eterno perde e ganha, num dia a gente perde e no outro a gente apanha...
    Uma das maiores "forças" é saber admitir e expôr nossas fraquezas!
    A imperfeição é eterna!

    Gosto muito dos teus escritos mulher, destacarei teu blog , vale a pena!
    Beijos!

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  4. obrigada pelos comentários. Assim é possível construir alguma coisa.
    Merlaine, o seu blogger é deliciosamente essencial!

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