O lugar que se reconhece, mas que antes disso, se é reconhecido.


Não podemos ter tudo, não podemos dar tudo, não podemos ser tudo. Eis o fracasso humano. Rasga-se (para aquele que se atreve rasgar) o véu e o que resta é um caolho desdentado, andando em um cavalo manco.
Disse-me então ele: "É a psicanálise que escolhe você e não você que escolhe a psicanálise...". É um saber operante, pois antes de sair capturando inconscientes por aí deve-se, segundo a ética da psicanálise, ser CAPTURADO pelo seu próprio inconsciente.


"Lado a lado com esta experiência de saber sobre a falta, está o que vai se construindo como falta de saber. A teoria faz uma pertença aí a oferecer referenciais conceituais para realizar a operação desta dupla face da falta.
Como transitar neste eixo da práxis ( que é submeter a teoria à ação, o que significa que a teoria não dá conta do acaso que surge da ação) sem que um quantum de desnarcisificação aconteça?
É nisso que expor um trabalho é expor-se, é pôr o si mesmo como sujeito de seu discurso, ser sujeito da própria formação e não objeto de uma formação, que seria um objeto agálmico, o pau oco e portanto sem consistência."

Sustentar a demanda, "interrogar a verdade, lugar de testemunho da falta que aponta para o lugar do impossível. Assim a demanda de formação que, ao ser dirigida ao ser-saber do outro, encontra o Outro, se frustra para permitir a emergência do desejo, do saber insabido, não todo."



Pois é aí então que se estabelece a psicanálise, a partir da descoberta do inconsciente e suas peculiaridades, tentando este dar conta do real, do impossível. Toda dimensão existencial de saber não sabido se encontra aí, a partir daquilo que não se sabe, mas quando sabe, sabe que na verdade nunca soube e nunca irá saber.


TRATA-SE DA FALTA.

Comentários

Postagens mais visitadas