O sujeito contemporâneo é o sujeito do INCONSCIENTE.
Porque uma coisa é perguntar no meio de tantas pessoas querendo apenas "causar", "aparecer", ou realmente"desafiar" as pessoas, querendo "estar por cima" ...se fosse com esta intenção, certamente o moço receberia um "CORTE LACANIANO" da palestrante (Zaira Antonieta Belan), porque a verdade representada pela palavra também corta quando dita, e outra coisa é simplesmente perguntar desejando "inocentemente" saber. Com a satisfação primordial de "sanar" temporariamente a sua dúvida. Digo temporariamente, porque o ser humano nunca se satisfaz no mundo do saber.
Mas esta é a diferença que fez repercutir uma questão tão importante, enunciada por uma pergunta tão direta, que eu vou guardar para sempre!
Um moço totalmente diferente dos que estavam no curso, sem aparentar uma"postura" rotulante de psicanalista ou médico, se é que existe isso...mas a gente sabe que alguns desconhecedores da psicanálise rotulam "como tem que se comportar e falar" um psicanalista ou estudante de psicanálise, como se o saber sobre o inconsciente só fosse "repassado", por pessoas que SE VESTEM DE TAL MANEIRA, SE COMPORTAM DE TAL MANEIRA E FALAM DE TAL MANEIRA, (tem que falar baixinho heimmm!!! kkk) e não simplesmente REPASSADO por aqueles que SÃO ANALISTAS DE SUA PRÓPRIA EXPERIÊNCIA!
E DISSO EU POSSO DIZER: "TO SABENDO!"...
E aproveito para suscitar esta questão, pois ela fez parte de QUASE toda minha formação em psicologia, desde o início eu fui estudante de psicanálise, e sempre as pessoas (até mesmo uma professora, que se sentia inferior a todo mundo, coitada...hoje sei o porque se incomodava tanto...)fazia "piadinhas", de como tinha que ser um psicanalista, como falar, como andar...se você falasse em um tom de voz mais "rude"ou mais "grave" aí a tal professora (que não era da psicanálise mas de outra abordagem) dizia: "olha! você não pode falar assim já que quer ser psicanalista, olhe a professora de psicanálise de vocês, fala de tal forma...", como se tívessemos de ser robôs ambulantes imitadores de uma professora de psicanálise, ela sempre "jogava" estas piadinhas em algumas aulas dela, com aquele veneninho saindo pelos cantos da boca....Gente!!! este dia ficará marcado, aí BEM MAIS TARDE ENTENDI que pessoas mal resolvidas consigo mesmas e com a psicanálise sempre tentam ironizar, criar coisinhas para "alfinetar" quem se identifica com a abordagem. Pois se a psicanálise NÃO ESCOLHEU ELA, o que podemos fazer???Ela que vá encontrar alguma satisfação na vida dela se a abordagem dela não é suficiente.
É... a psicanálise realmente causa impacto, mas não é ela em si, e sim o que ela descobriu, que o ser humano não é tão dono de si mesmo como pensa(va).
Depois tudo isso passou, na verdade passou para mim, pois não sei mais o que ela(s) pensa(m )sobre o que seria "se tornar um psicanalista" e também não me interessa.
Se a psicanálise me escolheu de verdade, eu vou chegar lá sem esforços forçados, simplesmente desejando e estudando, querendo saber. Talvez um dia serei reconhecida e me reconhecerei neste lugar de analista. Mas não penso no "tal" lugar, simplesmente quero saber.
AH! e o sujeito? bem... o sujeito está aqui, está aí, está lá...
adorei o texto, muito bem pensado...;)
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